domingo, 1 de janeiro de 2012

Um ano que vai, levando outros três...



Estou há bastante tempo adiando a minha despedida de 2011.
Não sei bem o porquê.

Sei que o ano foi embora, e eu estou aqui ainda, meio mudo apesar das milhões de palavras circulando na cabeça. E não queria deixar de fazer esse balanço. Porque 2011 foi um super ano: extremo, dolorido e feliz, e principalmente porque o fim dele pra mim significa mais que a ida de um ano. Significa a ida de um ciclo.


Se nem todos os meus 365 dias foram pautados por essas reflexões, pelo menos foi assim na maioria deles. Poucas vezes fritei tanto pensando sobre futuro, planos. Poucas vezes mudei de planos tão rapidamente, poucas vezes vi tantas coisas acontecendo tão ao mesmo tempo, mudando tudo.

Comecei o ano namorando um garoto que morava longe, querendo ir para longe para ficar perto do garoto. No meio do caminho – tinha uma pedra – me vi olhando para toda a história que tenho construído em Viçosa, e me vi me dando conta de que ainda não estou maduro o suficiente pra largar tudo. Não ainda.

Terminei o namoro (por esse e por outros motivos) e quis curtir o meu fim de faculdade dando a louca, fazendo muita coisa que eu não tinha feito ainda, por falta de coragem ou de oportunidade... E me apaixonei de novo, me vi encantado, deixando de lado as loucuras todas pra embarcar na coisa mais linda... que logo se transformou num tormento sem tamanho, uma angústia engasgada que demorei pra esvaziar – e nem sei se esvaziei completamente ainda... vou vendo como fico.

Conheci pessoas novas, me aproximei um pouco mais de algumas antigas. Achei quem me machucasse nas horas em que eu mais precisava de cuidado, mas achei também quem cuidasse de mim com a mais completa gratuidade. Até casa me deram (sim, esse ano cheguei até mesmo ao ponto de ser um semi-sem-teto por 15 dias).

Me vi desesperado, fazendo um projeto de monografia que no primeiro encontro com a orientadora foi quase jogado no lixo. Me vi tentando entender autores que me atrasaram o trabalho, vi minha orientadora adoecer e, por consequência, me vi “desorientado” por uns tempos.

Me vi perder prazos de inscrições de mestrados, me vi confuso com tantas linhas de pesquisa, tantas perspectivas teóricas, e me vi desesperado por estar me inscrevendo em apenas uma seleção – era apostar demais as fichas, o que faria se não passasse?

Vi a orientadora voltar da licença médica e ser companheira, correr comigo para retomar os trabalhos. Vi o trabalho dar errado, me vi até não formando. Me vi dando voltas e virando madrugadas para conseguir terminar aquela bagaça que no fim das contas me rendeu muito orgulho por ter sido uma bela bagaça, um trabalho bom, que me rendeu um 100 bem lindo...

Me vi ser aprovado no mestrado, e aprovado para estudar uma das coisas que mais me apaixonam e movimentam nessa vida.

Em resumo, vi tudo dando errado, até que no momento da minha quase desesperança as coisas todas começaram a caminhar bem novamente. Uma sensação danada de dever cumprido, de desafio vencido. Uma sensação bonita de que é nessas horas que a gente entende que o Tempo é um moleque que gosta de brincar um bocadinho, só isso... aí ele sacaneia a gente, pra ver a gente desesperado pensando que vai dar errado tudo que vai dar certo.

2011 foi intenso... trabalho, desafios, desespero, decepções, angústias, paixões, planos, felicidades. E é bem por isso que o fim dele significa mais que a ida de um ano, pra mim.

Acabo o ciclo de quatro anos de uma graduação. Não apenas pela graduação, pelas aulas, pelos trabalhos... mas também – e principalmente – pelas pessoas e experiências que tive durante este período. Sair de casa, conhecer gente, achar pais e irmãos adotivos pra me fazer companhia, descobrir-me profundamente em tantos aspectos, encontrar paixões, amores talvez, amigos sem dúvida. Muita coisa que agora se vai (ficando apenas algumas...).

Mesmo que eu permaneça em Viçosa, para o mestrado, já não serei mais o mesmo – enfim com 21 anos, definitivamente adulto, com todas as liberdades e desafios que isso supõe.

Preciso desenvolver novas maturidades, novas formas de me relacionar com as pessoas, novos caminhos com quem eu amo e com quem encontrarei – espero – pra amar...

É uma virada de ano emblemática, e eu ainda não sei como será o que está pra vir aí.
Nem tenho expectativas.

E eu deveria perder um pouco da tranquilidade por isso, porque não sou desses que simplesmente conseguem seguir em frente e viver “uma coisa de cada vez”, “viver o momento”, sem saber nem um pouquinho sobre o chão em que eu vou pisar. Acho que já vi muitas dores para estar tão disposto ao risco de sofrê-las.

Mas estou tranquilo, ainda.
E achando isso bom. Tentando usar esse tempo pra amadurecer, coisa que eu não conseguiria se desesperasse. Querendo ver como será.

E tomara que seja bom.
Que o ano seja bom.
Que o futuro seja bom.
Que os amores sejam bons.

E que nós, especialmente, sejamos melhores pra merecer o que é bom.

Esse bom que alguma hora virá, porque sempre vem – e acho que é esse o maior ensinamento que levarei desse 2011 que se fecha, levando consigo outros bons três anos...

Feliz 2012! Feliz ciclo novo! Feliz futuro!

2 comentários:

  1. 2011 foi intenso, realmente intenso!
    Eu com meus míseros 18 anos recém feitos já me sinto carregar um peso imenso nos ombros, já sofrendo por antecipação... Mas 2012 já está trazendo mais novidades, novos desejos, novas experiências!
    É Murilo, lembro do início do ano passado, quando conversamos pela primeira vez na rampa principal do centro de vivência... Seu último e o meu primeiro ano!
    Boa sorte em tudo! Pra você, pra mim, pra todos!
    Feliz futuro! ;D

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  2. Reconheci-me no texto, em alguns momentos....
    Agora vc é um homem...Boa Sorte, Feliz 2012!

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