Da série de contos Diários em terceira pessoa.
Uma tentativa de literatura. Por que nenhum deles é real. E nenhum deles é fictício.
Uma tentativa de literatura. Por que nenhum deles é real. E nenhum deles é fictício.
- Gente, já são quase 5 da manhã...
- Eu tava pensando isso agora... sem roubar meus pensamentos, tá? Obrigado.
- O que você faria com os meus pensamentos se os roubasse?
- Peraí... você vai roubar os próprios pensamentos?
- Oi? - ele riu. Acho que você não me entendeu. Perguntei o que você faria com os meus pensamentos...
- Entendi errado, desculpa... pensei: "ele vai roubar os próprios pensamentos, como assim?"
- Mas refletindo aqui, acho que essa seria uma excelente questão...
- Qual?
- O que eu faria com os meus pensamentos se eu mesmo os roubasse?
- Nossa... faria o quê?
- Acho que eu os organizaria...
- Seria bom, não?
- Talvez. Mas eu acho que em vez disso eu devolveria pro lugar... pra não correr o risco de fazer alguma merda maior ainda. Né?
- Que merda você acha que poderia fazer dando uma organizada neles?
- Toda organização envolve um parâmetro de organização. E parâmetros estão susceptíveis a erros. Sem falar que pensar um parâmetro já seria um novo pensamento.
- Você pensou tudo isso às 5 da manhã?
- Vamos dormir, né? Tô viajando demais, já...
- Vamos... – respondeu, com um riso doce.
Sou apaixonada por diálogos. A histórias ficam simples e dizem tudo. Porque nossas palavras mostram parte do nosso caráter e da nossa personalidade.
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