Primeira dor, superada [?]:
"Você não telefona,
não escreve...
ou fala com ela. Acabou. Se você sabe que ela está
numa festa ou bar...
você não vai.
Levei cerca de um ano.
Os sortudos superam
em duas semanas, dois meses,
dois dias...
Toda vez que eu a via,
ficava imaginando.
Tive cãibras
e ciúmes do seu novo namorado.
Mas não. Superei.
As folhas do outono caíram... a neve chegou, Natal, e meus primos
com suas namoradas idiotas.
Primavera, verão, outono e...
Eu superei.
Apenas uma lembrança ruim.
Uma lembrança como muitas outras.
Quando penso no que fiz, o dinheiro que eu gastava
para fazê-la me amar...
Penso em tudo isso.
Estou tão envergonhado. Eu começo a... a cantar.
A cantar, porra!
Eu canto na sala,
no chuveiro,
lavando a louça. Eu canto."
Segunda dor, confessada:
"Estou num café esperando por ele e ele está atrasado.
Mas só por um minuto, então não é grave. Assim, a primeira etapa: amar o atraso dele. Isso o torna mais humano... Dá a ele sex appeal. Segunda etapa: verificar minha agenda.
Você sabe... eu me questiono. Talvez eu tenha errado.
Crio fantasias.
Eu me imagino chegando tarde
em outro café. Então olho onde estou. Estou no lugar certo.
Já se passaram 32 minutos. Etapa três:
Digo a mim mesma
que não me importo em esperar. Me mantenho ocupada, leio. Finjo ler.
A mesma merda do parágrafo. Vou ao banheiro,
faço um pedido. Agora eu o odeio.
Eu o insulto na minha cabeça.
Penso em ofensas que serão
perfeitas para quando ele aparecer. Já se passaram 39 minutos. Ele chega. Sem fôlego.Lindo. O trânsito estava ruim.
Sim.
Então eu o perdôo e digo:
'Claro! Normal se atrasar.' Porque...
porque sou fraca.
Alguém que você coloca num pedestal
está sempre certa. Foda-se.
"
(Trechos do filme Les Amours Imaginaires,
de Xavier Dolan)
Ownt, adorei!
ResponderExcluiradoro escrever também, e quando vejo um blog assim, curto muito!
Visita o meu quando der (apesar de estar meio abandonado D:) raitolandia.blogspot.com
See ya!