Tenho estranhado meus últimos sentimentalismos. Acho que a mistura recorrente de ocupações e falta de tempo para as pessoas tem me feito desejar mais do que nunca um pouco de cuidado, carinho, companhia...
Estou naquela crise que sempre me ataca nesses tempos mais “lotados”, corridos... saudade de casa, saudade mesmo de quem está perto, saudade de estar perto de alguém. É só a verdade já conhecida martelando de novo: não sei estar sozinho. Meu próprio mundo me sufoca. O excesso de mim mesmo me cansa, me faz pensar demais, desejar demais, fantasiar demais (logo eu que gosto de ter os pés fincados na realidade, eu que acabo me pegando incrédulo por causa disso, muitas vezes...).
Desejo e fantasio algumas coisas inúteis (úteis, boas, não sei bem), tentando dizer a mim mesmo que não levo a sério essas mesmas coisas que penso.
Um quase atropelo de bicicleta e uma conversa posterior desinteressada (sem jeito, desengonçada mesmo), e fico tempos rindo à toa, achando que siginifica alguma coisa, e ao mesmo tempo querendo não achar nada disso, talvez para não correr o risco dos desgostos posteriores...
Um sorriso e um aceno (talvez não tão desinteressado), e fico remoendo, remontando as coisas, pensando em mil coisas futuras que depois desfaço, e refaço, e rio, e paro, e penso, e no fim... não sei.
Fico apenas estranhando os meus sentimentalismos mais recentes, um desejo feliz seguido de uma carência triste, uma angústia que desestimula, um cansaço. E por opostos que pareçam, esses sentimentos estão todos ligados, misturados na minha mente, que se confunde entre o ir e o ficar, o agora e o futuro, o amor e essas paixõezinhas gostosas que nem sei se estão brotando de verdade.
Detesto tanto dicotomias...
E detesto mais quando não sei se consigo sair delas.
Fico precisando de respostas, fico paralisado sem conseguir achar alguma.
Fico sem ânimo para investigar o que quer que seja também...
Vamos ver como vai ser... crises passam (ou não).
Talvez elas sejam boas no fim das contas.
11/06/2010, 00:30hs
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