terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Na minha cama ou na sua?

Da série de contos Diários em terceira pessoa.
Uma tentativa de literatura. Por que nenhum deles é real. E nenhum deles é fictício.


- Gente, já são quase 5 da manhã...
- Eu tava pensando isso agora... sem roubar meus pensamentos, tá? Obrigado.
- O que você faria com os meus pensamentos se os roubasse?
- Peraí... você vai roubar os próprios pensamentos?
- Oi? - ele riu. Acho que você não me entendeu. Perguntei o que você faria com os meus pensamentos...
- Entendi errado, desculpa... pensei: "ele vai roubar os próprios pensamentos, como assim?"
- Mas refletindo aqui, acho que essa seria uma excelente questão...
- Qual?
- O que eu faria com os meus pensamentos se eu mesmo os roubasse?
- Nossa... faria o quê?
- Acho que eu os organizaria...
- Seria bom, não?
- Talvez. Mas eu acho que em vez disso eu devolveria pro lugar... pra não correr o risco de fazer alguma merda maior ainda. Né?
- Que merda você acha que poderia fazer dando uma organizada neles?
- Toda organização envolve um parâmetro de organização. E parâmetros estão susceptíveis a erros. Sem falar que pensar um parâmetro já seria um novo pensamento.
- Você pensou tudo isso às 5 da manhã?
- Vamos dormir, né? Tô viajando demais, já...
- Vamos... – respondeu, com um riso doce.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Complexidade # 34


Precisava escrever hoje, não sabia bem o quê.

Precisava porque a cabeça está cheia... um monte de coisas que eu ainda não tive condição de processar, mas que estão aqui, martelando surdamente, pesando em cima do pescoço e me provocando dor no estômago (merda, esqueci de tomar o remédio).

Precisava porque tenho uma boa quantidade de fichas por cair... e quero ver se alivio alguma coisa desde agora, mesmo sem muita certeza, pra ao menos evitar o desequilíbrio completo, caso elas resolvam cair todas ao mesmo tempo.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

haicai #8


Nessas horas bate uma saudade que acho imprópria,
Carnal, despudorada...
Mas que não consigo não sentir quando te lembro.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Um ano que vai, levando outros três...



Estou há bastante tempo adiando a minha despedida de 2011.
Não sei bem o porquê.

Sei que o ano foi embora, e eu estou aqui ainda, meio mudo apesar das milhões de palavras circulando na cabeça. E não queria deixar de fazer esse balanço. Porque 2011 foi um super ano: extremo, dolorido e feliz, e principalmente porque o fim dele pra mim significa mais que a ida de um ano. Significa a ida de um ciclo.