segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Complexidade # 31



Tudo de uma vez só.
Eu que sempre elogiei os sentimentos efêmeros, estive assim ultimamente. Efêmero.
E intenso - porque a efemeridade só se justifica quando intensa.
Sentimentos curtos só fazem sentido quando vêm fortes.

E tudo veio muito forte estes dias.


Consegui te amar e quase te odiar nos últimos tempos. Fui da angústia à euforia. Cantei dores ouvindo músicas tristes, e dancei ao som dos mais felizes tambores. Fui doce e fui venenoso. Te quis muito e não te quis mais. Cheguei até a querer outra pessoa - e talvez eu ainda queira, ao mesmo tempo em que já pareço te querer de novo também. Quis correr atrás de você e pedir pra te ter de novo, e quis me perfumar e sair bonito pra esfregar na sua cara o que você perdeu. Quis fazer esforço para ser um amigo, e quis não ter que me importar com isso.

Fui ridículo, fui legítimo, sentimental, infantil, inconsequente, romântico, nojento.
Tudo com a sua razão de ser, porque é sempre assim comigo.

Passei por tudo, num curto intervalo de dois ou três dias... tentando entender o jeito como as coisas funcionaram entre a gente, tentando olhar para a minha história e para o pouco que conheci da sua. Encantado com algumas coisas, revoltado com outras... Senti ciúmes, fui possessivo, e até briguei comigo mesmo por saber que, teoricamente, nada daquilo deveria estar sendo como estava. E quis que tudo se explodisse por saber que aquele "teoricamente" é que não significava nada no fim das contas.

E ainda estou aqui pensando em tudo... a cada palavra que troco contigo, as mesmas perguntas me vêm outra vez, os mesmos sentimentos ambíguos se misturam na dicotomia que não sou, dessa vez mais fortes porque vem tudo ao mesmo tempo. Já não são mais tantas certezas quantas foram antes, e é como se a queda das suas mãos me desse medo de voltar para elas. Medo provocado até mesmo por não saber também se você me quereria outra vez, apesar dos últimos sinais - pausa para destacar a ironia disto: eu aqui, outra vez, falando em sinais.

Medo de saber se quero mesmo voltar. Medo da dúvida que bate agora, sobre talvez querer ser brinquedo em outras mãos, num jogo que certamente parecerá desonesto, mas que tem as regras todas muito claras na minha cabeça complexa.

Escrevo em fluxo de consciência, sem refletir muito nas palavras, certamente sendo ácido, duro, insensível, um cafajeste incompreendido que tem nome próprio. Mas é assim mesmo que sou. Porque não consigo negar nada, nem esconder.

Quero dar corda e rumo na minha vida, vivendo as coisas como me vierem à mente, sem pensar muito, porque já não tenho tempo, só quereres.

E, ao que parece, quereres que vêm todos.
De uma vez só.

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