quinta-feira, 29 de abril de 2010

Complexidade # 21

s/t - Gonçalo Souza
Tá, parei.
Não, não parei. Tô fritando ainda. E bem queria que parar fosse simples, assim, simples.

Bem queria não ter que repetir as palavras dos textos antigos. Esperava ter superado as infantilidades que reconheci noutro tempo, e por isso externei. Mas não tá funcionando bem assim. Palavras antigas, “tá tudo aqui de novo” – e mesmo estas já são palavras antigas.



Remoem-se de novo as infantilidades de outros tempos, expressa nas angustias de agora que eu simplesmente não estou entendendo. Estou, na verdade. Não, não estou. Estou, sim e não. Nada de universalidades. (W)

(11:26 PM) Murilo diz:
* quero uma companhia, alguem comigo...
* com quem eu sei que posso contar pelo menos pra me dizer oi por telefone.
* quero curtir algumas idiotices melosas...
* ver filme, domir junto.. comer brigadeiro.. ser demente, rir...
* depois quando der o tempo, cabou.
(...)
*preciso viver a minha vida
* e queria alguem pra dividir algumas dessas horas de agora comigo...

(11:09 PM) Murilo diz:
* to naqueles dias de luz de abajur e los hermanos.
* tá grave.
* hsuahsuhaushuahusha
* e o que mais me deixa puto é que é sem motivo. ahushaushuahs.. vai me entender.
* na verdade, uma serie de motivos que explodiram com uma chaminha bem pequenininha.

Ai.
Chama bem pequena, metáfora dos barris de pólvora? Palavras antigas.
Sensação de que há tudo dando errado? Palavras antigas.
Com os outros está sempre tudo bem? As mesmas infantis palavras antigas. Dessa vez, sem razão.

Saúdo alegremente o mundo dos vivos e busco gargalhadas em lugares impróprios. Consegui algumas, boas, e isso ainda me faz bem. Há uma chance, só quero uma aqui por perto, com a doce ilusão de se pode ter tudo. Se não puder, quero mesmo assim, receber o que tiver pra receber, sentir vontade de entregar o que houver aqui pra ser entregue.

Enfim, procuro alguma coisa do que desfrutar.
Por fim, vou tentando re-existir – sair da crise existencial e reavivar o sentido de mim de novo.
No fim, sigo sem tentar compreender mais nada, simplesmente batendo o pé com as minhas vontades de menino que quer jujuba no supermercado.

Minhas vontades de menino... neste caso, ao menos sinto que já não são tão injustas.
Tenho, tenho o direito de querer alguém pra estar comigo.

Não para ser, mas para estar. Estar intenso, estar ao lado... e só estar. Pelo menos por enquanto, pelo menos nesse tempo.
Porque qualquer que seja o tempo, não aprendi a estar sozinho.

...

Uma consideração: Na costumeira contagem das complexidades do blog, pulei a Complexidade # 20. Na verdade, pretendo deixá-la para o aniversário de 20 anos, que desde já tem me gerado as crises que tanto divido por aqui. Aguardo ansiosamente por escrevê-la... e aguardarei até outubro.

Murilo

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