domingo, 19 de fevereiro de 2012

Complexidade # 35



Nem tanto nem tão pouco.
O excesso me sufoca, me deixa confuso, porque é sempre muita coisa que eu não consigo analisar, coisa de mais para que eu consiga sintetizar, organizar, pensar.
O vazio, por sua vez, me cansa, me entedia. No vazio, a única coisa que me resta é pensar.

E estou me sentindo meio tomado por vazio ultimamente.
E pensando. Pensando muito. Pensando.


Nada pra ocupar a mente. Os pensamentos irremediavelmente ocupam.

Não que eu realmente tenha tanta coisa assim para pensar. Se tenho, talvez não esteja direcionando corretamente os pensamentos, para o que deveria. E aí me parece cada vez mais que pensar excessivamente pode realmente ser um risco... se criam um monte de caraminholas na cabeça – como diria alguém mais idosa que não necessariamente a minha avó.

Dúvidas sobre o que não necessariamente se deveria duvidar...
Angústias sobre o que poderia ser muito tranquilo...
Chifres em cabeça de cavalos que não são unicórnios...
Cabelos em ovos que não são os que você carrega entre as pernas (perdoem a metáfora nada poética, mas não consegui controlar os pensamentos... pensamentos, pensamentos, pensamentos... por que tantos?).

Fico afetado por absolutamente todas as coisas ao redor. Filosofando sobre os mínimos detalhes, sobre as mínimas frases, gestos, tirando conclusões, sobre mim e os outros, ouvindo uma música desconhecida na maior altura que seja possível – tem sido uma trilha sonora bastante apropriada, a propósito.

Perguntas que não terminam de se formular, respostas que nem se pretendem explicar nada, vontades que surgem sem nenhuma razão, desejos que se transformam em revolta e inconformismo se não saciados... embriaguez sem álcool.

Crise. Crise sobre a felicidade, sobre as expectativas, sobre o que virá quando acabar o nada e começar a vir coisa de mais. Crise sobre o equilíbrio, ou sobre a falta dele. Crise sem razão de ser – mas não me resta mais nada a fazer, a não ser ter crises... a não ser pensar...

Pensar, sentir os pensamentos. Chorar, se for o caso.
Chorar, sentir as lágrimas, pensar os sentimentos. Ser frio, se for o caso.
Não é o caso.
Não era pra ser o caso.

Preciso de algo pra me ocupar.

Sugestões, senhora Gertrudes?
Como é, senhora Gertrudes? Doente dos olhos? Eu?
Acha mesmo?

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