segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Complexidade # 11



A louca matemática da vida me põe numa operação que é simples só aparentemente... Na ponta do lápis os dois números são bem diferentes; na vida, eu realmente não sei. No papel, no cálculo, a soma é rápida, sempre pra mais, números positivos, resultados também, fundamental e elementar, meu caro. Mas quando é à luz do meu abajur, a coisa muda de figura. E vira tudo uma soma que começa a complicar na tremenda dificuldade de entender quais são os dígitos que realmente estão valendo... O da primavera ou o da consciência? Um está quase, o outro não sei. Até nisso guardo minhas dúvidas.



Na hora de pegar os meus próprios números, no mínimo me dou conta de que tudo é incerto. Talvez eu saiba mais não o que quero, mas quando quero. E aí não já nunca sei dos outros, fico perdido sobre como agir. “Vai em frente!”, diria a janela, mas ainda não é bem assim. Muita coisa ainda é incerta. E a incerteza mora ainda no interpretar dessa maldita matemática, da alheia, eu que fico entre tantas divagações e paranóias na busca constante por entender sinais que, no fim das contas, talvez nem estejam sendo enviados.


Mas aquelas conversas eram de fato intrigantes.


Afinal, a roupa provoca.
Afinal, o olhar dá “vontade”.
Afinal, o fim de semana foi perturbador.
Afinal, a costura foi curiosa.
Afinal, tem gente observando o que não deve (ou deve!).
Afinal, a companhia para a festa já estará lá.


Hã? Ai, ai... Que o Cristo me abençoe providenciando ventiladores em ocasiões como estas...


Enfim... As conversas trocadas foram mesmo intrigantes, e no fim – no começo – das “contas”, foi completamente surreal somar daquela maneira. Os números desconhecidos aos poucos se revelando, muito mais incertos do que eu imaginava, muito mais certos do que eu deduziria, com as línguas (não as portuguesas) a conjugar verbos novos e dançantes naquele balé bom. Aula de artes, corpos humanos. TV desligada, noite gelada pra ficar sem a roupa. Nervosismo ou frio mesmo? Cobertor? Sempre...


Terminada a conta, foi bom somar. Visita rápida, e um pouco mais de cálculo no dia que segue. Bom sinal? Talvez a ligação fosse um sinal melhor. Sim, as provocações seriam um perfeito. Mas como sempre, eu já não sei. Só captei que aqui não é como no papel: desde duas semanas, a conta não dá resultado. Na matemática dos dias, a língua (agora sim, a portuguesa) serve para que os números negociem. Negociem para não ignorar que estiveram ali, que se misturaram, que se deram para uma coisa nova, por mais banal que fosse. Quando se encara outro número, o resultado pode ser o quiser, sem regra, sem exatidão, cada soma é uma soma, mas fica um vazio depois do igual se o resultado não vem. Os números não se desligam nem se juntam de uma vez. Não decidem se é zero, 33, 34 ou qualquer outro resultado que por aí venha. Aí se cansam e a soma (não) termina com o desgaste dos números, por seus particulares surtos de imaturidade e falta de atitude.


São quatro e meia da manhã.

Por que essa droga de telefone não tocou?

Quer saber? Boa noite, e quem sabe amanhã...


...

Um comentário:

  1. cara, de boa...virei seu fâ....
    este texto é de uma complexidade e ao msm tempo de facil intendimento...
    sei la...
    tem uma mistura nele q ....sem explicação
    muito bom...
    parabens

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